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sábado, 13 de outubro de 2018

E pronto


Foram 5 anos a alimentar este meu cantinho virtual, mas sinto que estou a trilhar um caminho tão diferente deste que me levou a criar este blog, que me estou a sentir um bocadinho sufocada aqui.

Preciso urgentemente de um novo caderninho com folhas brancas prontinho a encher com os meus novos pensamentos.

Nunca me irei desfazer deste Life is Sweet nem do velhinho Sweet 68, assim como nunca me irei desfazer dos meus caderninhos que comecei a escrever precisamente há 15 anos atrás.

São os meus diários, é a minha vida, os meus sentimentos mais profundos aqui revelados. É a parte mais verdadeira de mim.

Quem sabe ainda nos encontramos por essa blogosfera fora ❤️

sábado, 6 de outubro de 2018

Porque eu não sei viver sem ti


Porque eu nunca pensei que aos teus 16 anos ainda teríamos uma relação assim tão próxima.
Porque falamos sobre tudo e nunca há silêncios constrangedores entre nós.
Porque tu ainda procuras o meu colo, o meu abraço e o meu toque.
Porque fazes questão de me dizer que tens uma vida feliz, mesmo no rebuliço da adolescência.
Porque o que eu mais quero na vida é que tu sejas feliz e que nos mantenhas bem próximos de ti.
Porque eu já não me consigo lembrar de como era a vida antes de ti, e como era possível viver feliz sem ti.
Porque estás a crescer, a reclamar os teus momentos solitários, mas que balanceias perfeitamente com os momentos de ronha ao meu lado no sofá, tanto na galhofa como no silêncio .
Porque eu nunca num milhão de anos poderia sonhar que a minha Bia adolescente seria tão diferente da Lena adolescente que eu fui.
Porque me estás a habituar tão mal ao teu amor que eu por vezes temo o dia em que ele se torne fisicamente mais distante e sofro por antecipação.
Porque eu quero ver-te a crescer, assim como cresce diariamente o meu amor por ti, e quando eu penso que já não é possível eu amar-te mais, o coração estica mais um bocadinho.
Porque eu sei que cresço lentamente como mãe ao mesmo tempo que tu cresces como mulher.

E que Mulher enorme te estás a tornar!

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

No fundo, no fundo, é maravilhoso!


Acordei mal-disposta, enjoada, com cólicas... E sei perfeitamente que foi dos abusos de ontem!

O hubby fez 45 anos e apesar da grande festa ser só no próximo fim de semana para juntar o aniversário dele ao da princesa, ontem festejamos a três.

Houve frango assado com castanhas para o almoço e uma pequena torta para sobremesa. E houve tripa enfarinhada bem fritinha para o jantar, que eu adoro, mas que como muito raramente!

Se antigamente este tipo de comidinhas passavam pelo meu corpo naturalmente, agora que faço uma alimentação mais leve, deixa mossa no organismo e é ver-me aqui de caneca de chá em punho a tentar limpar isto um bocadinho.

E no meio da agonia, fico radiante por o meu corpo agora conseguir dar-me este tipo de alerta. A mim, que nunca tive este travão, que era um poço sem fundo para todo o tipo de porcarias doces e salgadas.

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Das resoluções da rentrée


Nesta rentrée depois de férias tomei duas resoluções:

Uma delas foi 'forçar-me' a ir fazer pelo menos uma caminhada por semana à hora do almoço à beira mar para repor as energias positivas que o mar me transmite. Check esta semana e Check também na semana passada, sendo que houve duas caminhadas extra ao final do dia também na praia, mas em família.

A segunda foi deixar de aproveitar todos os restinhos de comidas para os meus almoços. Às vezes era cada mixórdia que trazia e com qualidade algo duvidosa que enfim...

Optei por adiantar os almoços ao fim de semana com coisas mais para o esquisito que gosto bastante, mas que normalmente não faço para a família e faço logo para 3 refeições, uma vez que não me importo de repetir refeições.

Por exemplo, na semana passada foi cebolada com batata doce e ovo escalfado com bastante vinagre - é delicioso!! - e esta semana foi couscous com cogumelos frescos e brócolos com vinagre balsâmico, que também ficou uma delícia.

Obviamente que se me sobrar uma refeição em condições, não deito fora.

Do fim de semana sobrou-me um bom pedaço de puré e um bom bifinho do lombo que ia comer hoje... só que o puré estava azedo! Acabei por comer só o bife, acompanhei com mais fruta do que o normal e algumas bolachas (foi o possível).

Conclusão: estou com uma sonolência e uma moleza que nem é bom! Já há quase 15 dias que não me sentia assim, o que me leva a crer que foi o tipo de almoço que fiz (com uma sobrecarga de açúcar) que deixou o meu corpo assim molengão.

Engraçado que já me tinha sentido assim diversas vezes, mas nunca tinha relacionado uma coisa com a outra.

Esta é uma das bases da alimentação intuitiva: ouvir o nosso corpo e adaptar a alimentação às suas necessidades e fico verdadeiramente feliz por estar a conseguir seguir este caminho intuitivamente.

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Das primeiras vezes


A princesa foi a uma festa de 16 anos de uma amiga. Pela primeira vez à noite, uma dúzia de adolescentes sozinhos.

No dia seguinte:
- Então filha, divertiste-te?
- Sim, fomos jantar ao McDonalds e depois fomos passear na marginal de Matosinhos (até cerca das 2 da manhã quando o pai a foi buscar)
- E não foram prós copos? (digo eu totalmente na tanga)
- Eles sim, ela levou uma garrafa de vodka preta!....
(eu incrédula!)
- E tu bebeste?
- Eu?! Eu vou ser virgem para sempre!!! Nem coca-cola bebo!!

O que eu me ri depois de me ter passado a admiração total por a mãe da miúda - de 16 anos - lhe ter dado uma garrafa de vodka para partilhar com os amigos.

Chamem-me antiquada, mas parece-me mesmo muito cedo.

Sei que há muitos miúdos mais novos até que já bebem e sabe-se lá o que mais, mas eu olho para a minha filha, sei o feitio que ela tem e sinto que ainda está a anos luz dessa fase da vida!

terça-feira, 4 de setembro de 2018

No Expresso (é tão importante falar sobre isto!...)

Não é um incentivo à obesidade, é um elogio à dignidade

Tess Holliday tem 33 anos e, sim, é obesa. Mas mais do que isso é uma pessoa, e estrela das redes sociais graças à sua mensagem de diversidade. Este mês faz capa da Cosmopolitan UK e basta ver a discussão em torno disto para perceber que capas assim fazem falta. Porquê? Porque ao contrário do que muitos apregoam, esta escolha não é um incentivo à obesidade. É, sim, um elogio à dignidade, ao respeito e ao direito de se existir e de se ser livre, independentemente do corpo que se tem.
É interessante percebermos como uma capa com uma mulher com estas dimensões corporais tem o condão de espoletar um chorrilho de comentários de suposta preocupação quanto à saúde e à normalização da imagem das pessoas obesas. Como se estas pessoas tivessem de ser escondidas numa cave para o bem da saúde pública, em jeito de travão da possível influência nefasta que podem ter nos nossos adolescentes. Pergunto-me sinceramente quantas destas pessoas terão parado para se preocupar ao longo das últimas décadas com as milhares de capas que foram feitas numa apologia grave à normalização da beleza e da estética do corpo. Corpos invariavelmente estereotipados e reproduzidos em imagens transformadas em Photoshop, e depois amplamente distribuídas. Sem qualquer preocupação social, por mais que tenham tido – e ainda tenham - o condão de provocar verdadeiras frustrações e inseguranças em massa a miúdas e mulheres mundo fora que desejam ter aqueles corpos irreais. Não será isto também um verdadeiro perigo, embora socialmente aceite?
 
 
Se nos queremos preocupar com a saúde e bem-estar das pessoas obesas, talvez fosse mais produtivo começarmos por ouvi-las e vê-las enquanto pessoas no seu todo, por exemplo. Por lhes dar espaços para existirem na sua individualidade, sem serem insultadas, gozadas ou alvo de críticas e opinião alheias que não pediram a ninguém. Poderia também ser mais importante falarmos sobre o enorme isolamento que muitas destas pessoas sofrem graças ao preconceito social. Ou à quantidade de depressões severas que sofrem à conta desta repressão constante, mesmo junto de alguma classe médica. Não é certamente a excluir ou a repudiar que se está a ajudar na abertura de um diálogo construtivo sobre isto, diria eu.
 
Contudo, esta capa de revista feminina também não é sobre saúde, é sobre beleza. Mas parece-me que quando há gordos ou obesos à mistura nestas temáticas da estética, as pessoas tendem a misturar as coisas e a ficarem indignadas. O mesmo com outras condições físicas que fogem à tal norma da beleza, como as malformações ou amputações, as cicatrizes, o envelhecimento, os pelos, etc. Simplesmente porque o preconceito estético nem lhes permite imaginar que aquela mulher só está na capa daquela revista porque é considerada bonita. Sim, uma obesa considerada bonita e inspiradora enquanto destaque editorial.

“Os gordos são desmazelados e preguiçosos”, e outros preconceitos

Esta capa com a Tess Holliday revelou-se um belo exercício de reflexão não só quanto à força dos preconceitos estéticos, mas também quanto ao tabu e desinformação que existe em torno da obesidade. A construção social feita sobre esta condição médica, e as suas causas, remete-nos para a ideia do descontrolo.
 
Continuamos a achar que as pessoas que sofrem de obesidade não têm uma doença. E vaticinamos que têm, sim, uma simples atitude desmazelada perante a vida. Que são preguiçosas, gulosas, que não querem saber dos seus corpos e que têm simples comportamentos compulsivos em relação à comida. Mas por mais que estas ideias pré-concebidas tenham muito de falaciosas (leiam um bocadinho sobre obesidade em publicações científicas para perceberem melhor), tudo isto entra na esfera do socialmente reprovável, principalmente porque é uma condição de saúde externamente visível. Se é possível manter longe de olhares alheios os danos físicos provocados por outros problemas, neste caso não é. E a partir do momento em que isto é visível, quem olha sente-se muitas vezes no direito de julgar, invariavelmente num tom presunçoso, a roçar o paternalista. Os comentários a esta capa da Cosmopolitan são um belíssimo exemplo disso.
 
Sim, o excesso de peso – que não é a mesma coisa - está associado a maus hábitos de vida, como o sedentarismo e uma dieta desequilibrada, e é meio caminho andado para a obesidade. E sim, a obesidade acarreta uma série de perigos para a saúde a médio e longo prazo. A questão é que nada nesta capa ou artigo diz que é bom para a saúde ser-se obeso. Nem em momento algum incentiva quem lê a engordar como se isso fosse uma meta positiva. Por outro lado, tanto a escolha editorial (por mais que seja estratégica em termos de marketing, mas isso é outro tema) como as declarações de Tess Holliday incentivam a que todas as pessoas se sintam no direito de aceitar os seus corpos, de sair à rua sem vergonha social, de se sentirem livres para se expressarem nas várias dimensões das suas vidas e serem vistas também fora das quatro paredes das suas casas.
 
Simbolicamente, esta capa deixa claro que não é apenas a aparência do nosso corpo que nos define enquanto pessoas, nem que nos condiciona nas nossas escolhas enquanto cidadãos que têm como pilares base da vida em sociedade o direito à dignidade, ao respeito e à liberdade. Mas o que muita gente parece não perceber quando debita sentenças e bitaites sobre a aparência dos demais sem que a sua opinião tenha sido pedida, é que está a pisar as fronteiras da individualidade daquela pessoa, privando-a precisamente destes direitos básicos.


 

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Panquequinhas


Inventei estas panquecas para começar a acabar com uns restinhos que andavam perdidos no frigorífico:

1 ovo
1 c. sob. manteiga de amendoim
2 c. sob. doce de abóbora
2 c. sob. puré de maçã
1 c. sob. maizena
3 c. sopa farelo de aveia
Leite qb

Misturar tudo e cozinhar numa frigideira untada com óleo de côco em lume brando.

Deu para 12 panquequinhas que congelei separadas por papel vegetal para quando quiser num pequeno almoço ou num lanche.

Ficaram ótimas!!

sábado, 1 de setembro de 2018

Três semanas


Foram três semanas repletas de mimo, de praia, de piscina, de relax, de sono em dia, de passeio, de leitura, de pores-do-sol, de colorir desenhos, de ver maratonas de Friends, de rever filmes da infância da pequena e papar episódios da Anatomia.

Ao contrário do passado, foram almoços descontraídos e sobremesas sem remorsos, foram idas matinais à piscina só eu e o meu livro sem preconceito do meu corpo, foi aproveitar praia e piscina sem me retrair com o meu aspeto.

Se antes de férias sentia a minha mente como um mar revolto cheio de ondas, hoje sinto-a um mar calmo com ondulação suave. Queria muito manter este estado zen durante bastante tempo, não ceder ao stress e alimentar a minha mente nesse sentido, afinal tenho o mar aqui tão perto...

Hoje é 1 de setembro, para mim conotado desde sempre como 1º dia oficial da dieta, da pesagem, de definir números e novas rotinas de alimentação e exercícios.

Não este ano.

Hoje é dia 1 de setembro, dia de recomeçar sim, mas não a dieta. É dia de voltar sim à alimentação mais saudável, mas só porque o meu corpo pede isso mesmo, pede um descanso das sobremesas gulosas e pede que o hidrate mais.

É dia de fazer o meu corpo voltar à rotina não porque o quero castigar dos abusos das férias, mas sim porque ele merece que o trate o melhor possível para lhe agradecer o que faz por mim.

É um pormenor na linha de pensamento mas que faz uma diferença enorme no resultado. Vamos lá 

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Fui à Dama de Copas...

... e vim de lá espantada com o que aprendi! 

Então fiquei a saber que:

* Não basta vestir o soutien, deve posicionar-se a extremidade do aro debaixo da axila e aconchegar bem o aro à mama inteira... ESTA É A REGRA DE OURO!!! A diferença que faz no formato da mama, a postura que obriga as nossas costas a adotar e a maneira como a roupa cai é absolutamente brutal!

* A rapariga que me fez a sessão de bra fitting bastou olhar para mim para me trazer o tamanho correto de soutien, não precisou de tirar medidas nem nada! 

* Bastou olhar para me dizer que o meu tipo de mama amamentou e teve uma grande perda de peso.

* A minha mama direita é maior do que a esquerda

* Deve usar-se soutien para dormir, os chamados "de descanso", moles e sem aros para aconchegar a mama. Nunca fiz isso... 

* Não se deve usar um soutien por mais do que 2 dias para as fibras 'descansarem' do formato do corpo. 

* Passei de um 36D/E em copa almofadada para um 32G em copa mole com aro. Este é o tamanho em que me sinto mesmo bem. Não há cá mamas a fugir pelas copas. 

* Depois de estar uns 15 minutos com o modelo escolhido (no meu caso o modelo Full Cup é o que me faz a mama mais bonita e confortável) eu estava admirada com o falta de pressão das alças nos ombros, o peso está a ser maioritariamente suportado pela faixa do peito, como deve ser e é uma diferença abismal, mesmo! 

* Eu que tenho umas mamas extremamente flácidas, no próximo ano vou lá buscar um biquini cai-cai sem sombra de dúvida! É este o nível de qualidade! 

* Apesar de estar ali de mamas ao léu à frente de uma estranha, estava completamente à vontade e nunca me senti nem desconfortável nem pressionada. 

* Convém ir com a carteira recheada. A qualidade paga-se, obviamente. 

* Só lamento não ter lá ido há mais tempo!! Foi um investimento em mim que na realidade valeu bem a pena. 

Antes tinha passado pelo site e queria uns floridos e coloridos, mas eram de outro modelo (Balconet) que também experimentei, mas não me senti tão confortável. 

Para já  comecei com estes assim mais básicos, mas mal enconte um Full Cup com florzinhas não me vai escapar. 
Um Full Cup branco e prata para as roupas mais claras

Um Full Cup preto para as roupas escuras

Um de descanso para usar em casa e para dormir

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Investir em mim


- Mãe, ajeita as mamas...
- Mãe, as mamas estão quase de fora...
- Mãe  porque é que passaste as férias todas com esse biquini? Devias comprar um que te favorecesse mais as mamas...

Ela tem razão, não que este me fique mal  mas podia ficar melhor...

- No próximo ano tens de comprar um que te fique melhor!
- Mas eu não sei onde comprar! Tenho uma copa muito grande para umas costas relativamente estreitas, é difícil encontrar!... Ou melhor, até sei onde procurar, na Dama de Copas de certeza que encontro, mas são tããão caros!!
- Eeeeeee?!?!... Não podes?!

Nesta fase da minha vida felizmente até posso, simplesmente não estou habituada a ser a minha primeira prioridade. Não estou habituada a esbanjar dinheiro em mim.

Mas ela pôs-me a pensar. Sim, eu mereço! Sim, eu po$$o! Se eu invisto em coisas para a casa, em férias, em concertos, porque não investir em algo que me vai fazer sentir melhor com o meu corpo?

O biquini vai ficar para a próxima primavera, mas na próxima semana quero lá ir fazer uma prova de bra-fitting e trazer de lá 2 soutiens que me encham as medidas!

Só porque eu mereço!

E sim, aquece-me o coração ver como ela tem o copo da auto-estima tão cheio! Ela inspira-me todos os dias!

domingo, 19 de agosto de 2018

Leitura de férias



... Passei anos no ciclo dieta-compulsão. Sempre que fazia uma dieta, inconscientemente enviava ao meu cérebro um alerta de que estava num periodo de fome. Estando num periodo de semi-fome, eram ativados os meus instintos de sobrevivência, causando alterações psicológicas no meu cérebro, fazendo com que só conseguisse pensar em comida até ser impossível controlar-me e eventualmente cedia à compulsão. E de cada vez que tinha uma compulsão, achava que tinha de restringir-me mais para compensar...
Qualquer pessoa que já passou por isto sabe como é que funciona o ciclo:

Passo 1: Achas-te muito gorda, então começas uma dieta. Nos primeiros tempos perdes peso, o que prova que a dieta funciona.

Passo 2: A tua perda de peso abranda porque o teu corpo tenta manter-se no seu nível de conforto, logo tens de restringir mais um pouco o que consomes. Podes conseguir manter este passo durante algumas semanas, ou mesmo meses, mas estás literalmente a lutar contra o teu próprio corpo e inevitavelmente cairás em compulsão

Passo 3: Estragaste tudo. Comeste tudo o que era proibido. De acordo com o plano, falhaste e se é para falhar, mais vale fazê-lo em grande - venha de lá a compulsão. Sem te aperceberes, tornaste a ganhar o peso todo de volta e talvez mais um pouco.

Passo 4: Achas-te muito gorda, então começas uma dieta...

... Quem faz dieta tem força de vontade, mas este ciclo não tem nada a ver com força de vontade. Este ciclo tem a ver com biologia, e só consegues combater os teus instintos biológicos até determinado ponto. A indústria dietética, fez milhões a convencer-nos de que não é assim.
'Body Positive Power' - Megan Jayne Crabbe

Este livro é um verdadeiro abre-olhos sobre a indústria da beleza. Nunca tinha pensado sobre o facto de haver tantos ramos de negócio que fazem dinheiro à custa de todas as inseguranças que temos na nossa cabeça, mas que são realmente alimentadas por elas mesmas desde que somos crianças, ainda que subtilmente.

Pela primeira vez na minha vida ando na praia e na piscina sem me preocupar em comparações entre mim e os outros. Esse pensamento está a ser cada vez mais enterrado num sítio profundo. E fico imensamente feliz de ouvir a minha filha partilhar esse mesmo conceito.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

A trilhar novos caminhos



Um dos passos deste caminho de self-love é eliminar o pensamento de dieta e adotar a alimentação intuitiva o que na prática significa que não há alimentos maus ou proibidos. Há sim alimentos que devemos consumir mais moderadamente do que outros e uma cultura (nova para mim) de escutar o meu corpo e perceber do que ele necessita e quando necessita. Acabam-se assim as horas certas para comer e as saladinhas e sopinhas em detrimento de tudo o resto.

Ora, mas agora ando a abusar um bocado.. sim, tenho consciência disso, mas faz realmente parte do percurso. É o chamado dois passinhos atrás para dar um passo à frente. Não nos podemos esquecer que foram anos e anos de alimentos proibidos e a sensação de liberdade agora é imensa!!

drclaudiatfelty: Intuitive eating over time = balanced eating.
This is really difficult to understand when you begin #
intuitiveeating and that’s totally understandable since most of us come from #dietlife where we aren’t allowed to have any of the foods we crave without guilt.That’s why it’s so important that you understand it’s COMPLETELY NORMAL to overeat the foods you’ve restricted when you first start out.
The overeating doesn’t last forever, but it’s a super important step in your journey. It says you’re willing to let you and your body figure things out, on your own terms, without any outside interference from dieting.
When I first started, I overate, and over time I realized that I just didn’t need to do that anymore. I also became very aware of what food made me feel the best and which food wasn’t serving me well.
So I choose what’s best for my body and my mind. What does that look like? For me that’s mostly whole foods, lots of plants, and something for dessert. Because dessert is nothing to feel bad about 😉


Em português:

Alimentação intuitiva ao fim de algum tempo = alimentação equilibrada.
Isto é difícil compreender quando começas a alimentação intuitiva e é totalmente compreensível uma vez que a maioria de nós vem da chamada vida-de-dieta onde não nos é permitido comer aqueles alimentos que cobiçamos sem sentir culpa.
É por isso que é tão importante que percebas que é PERFEITAMENTE NORMAL comer demais ao início os alimentos que antes restringias.
Esta comilança em demasia não dura para sempre, mas é um passo muito importante no teu processo. Indica que estás disposta a deixar-te a ti própria e ao teu corpo descobrir as coisas ao teu ritmo, sem nenhuma interferência exterior de dietas.
Quando comecei, comia em demasia e com o passar do tempo percebi que já não precisava de o fazer. Também serviu para me tornar bem atenta qual a comida que me fazia sentir melhor e qual a comida que não me estava a fazer bem nenhum. Então passei a escolher o que é melhor para o meu corpo e para a minha mente. E qual é? Para mim é principalmente produtos integrais, vegetais e algo para sobremesa. Porque a sobremesa não é algo que tenha de nos fazer sentir mal 😉

Sinto-me super preparada para entrar nesta fase e não há melhor altura do que as férias para o fazer.
Vão ser 3 semanas em modo abrandar-o-ritmo e concentrar-me em mim, acho que não há melhor momento para fazer esta introspeção.

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Não o conseguiria dizer melhor


É como se alguém tivesse aberto a minha mente e tirado estes sentimentos cá para fora para os pôr por escrito. Anseio pelo dia em que a última frase esteja devidamente esculpida nesta nova Sweet...

I had taken the steps: thrown away my scale to stop weighing myself; stopped working out for punishment (stopped working out at all because my mind was not ready to reintroduce it yet); stopped counting calories and removing entire food groups; removed myself from the diet talk. And yes, I did gain weight, because my body was fighting so hard to be where it was that it was taking up every single bit of my being to sustain it. And when I stopped, my body stopped trying to be that way too.
I was saying 'yay, self love!', but I was feeling 'omg what have I done, I failed my body, I let myself go...' Those were the voices of my limiting beliefs and I knew them all too well. But when you learn to recognize them, it's only a matter of time until you are able to conquer them. It's funny how you evolve when your existence becomes about feeling the joy that already lies within instead of the search to find the things to make you happy.
Allison Kimmey

Fiz os passos todos: deitei fora a balança para parar de me pesar; parei de fazer exercício como forma de punir o meu corpo (parei de fazer qualquer tipo de exercício porque a minha mente ainda não estava pronta para o reintroduzir); parei de contar calorias e de retirar grupos alimentares inteiros da minha alimentação; deixei as auto-conversas de dietas. E sim ganhei peso porque o meu corpo estava a lutar tanto para se manter onde estava que estava a consumir toda a minha energia para o manter. E quando parei, o meu corpo também parou de se comportar dessa maneira.
Eu dizia 'yey amor próprio!', mas sentia 'meu deus, o que é que eu fiz, estou a falhar com o meu corpo, estou a deixar-me ir...' estas são as vozes dos meus pensamentos limitadores e conheço-os muito bem. Mas quando aprendes a reconhecê-los, é só uma questão de tempo até que consigas conquistá-los. É engraçado como evoluis quando a tua existência se concentra mais em sentir a alegria que já tens dentro de ti em vez de tentares encontrar coisas que te façam feliz.

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Looking back



Até sensivelmente ao nascimento da minha filha eu tinha zero preocupações com o meu corpo e a perceção que eu e os outros tinham dele.

Não me importava minimamente com a opinião dos outros. Não tinha absolutamente cuidado nenhum com a minha alimentação. Não se passava um único dia sem comer fast-food ou pastéis e bolos, sem qualquer tipo de auto-controlo. Água, legumes ou mesmo exercício físico eram miragens na minha vida.

Mas eu sentia-me bem... A imagem que o espelho me devolvia (quando me lembrava de olhar ao espelho) não me incomodava. Quer dizer, sabia que estava grande, sabia que a roupa ficava constantemente mais apertada, comprar roupa era uma odisseia, mas nada disso me afetava.

E depois de 2 anos de tentativas frustradas a minha filha nasceu. Nunca ninguém me disse que o excesso de peso afetava a fertilidade, teria sido esse o meu ponto de viragem, se o tivessem dito. Tudo o que eu mais queria na vida era ser mãe.

Ela nasceu e eu sabia que tinha de parar ali. Tinha de a educar em condições. Tinha de lhe incutir desde cedo hábitos saudáveis e para isso, tinha de mudar radicalmente os meus hábitos para tornar aquele ser perfeitinho na melhor versão possível.

E comecei a olhar mais atentamente para o espelho, desta vez com outros olhos e comecei a ver todos os defeitozinhos do meu corpo. E eram muitos.

E foi uma volta de 180º. Tudo o que não me preocupava até ali, passou a preocupar-me. Os braços rechonchudos, as coxas que abanavam com cada passo, a barriga cheia de estrias reluzentes e os seios tão flácidos para a minha idade... A roupa apertada sufocava-me e era com muita vergonha que comprava "roupa de velha" porque as lojas "normais" não tinham o tamanho que eu usava.

E se antes não me importava minimamente com a opinião dos outros, passei a observar constantemente os olhares alheios e a achar que todos olhavam para mim e me julgavam (como se as pessoas não tivessem mais o que fazer). Muitas foram as vezes que eu olhei em volta para ver se era a pessoa maior na sala. E de todas as vezes me convencia, envergonhada,que sim.

E fui ficando cada vez mais insegura com o meu corpo, ao ponto de me ter convencido que só poderia ser feliz se perdesse peso. E para perder peso, teria de me sentir desconfortável com o meu corpo. Foi este o meu veredito para mim própria.

Assim, passei estes últimos 16 anos numa batalha comigo, a olhar (pouco) para o espelho e a dizer-me a mim própria "Ainda não estás bem. Esses braços ainda estão rechonchudos, essas coxas ainda abanam muito, essa barriga com estrias e esses seios cada vez mais flácidos. Ainda não podes gostar de ti assim..."

Perdi peso, atingi finalmente os tão almejados sweet 68 (vitória!vitória!), mas obviamente a felicidade não estava no potinho ao lado dessa grande vitória... daahh, claro que não!

Ganhei algum peso de novo, mas juntamente com ele fui recuperando um pouco de amor próprio e fui deixando para trás uma obsessão que quase me atirou para o abismo.

E continuei a ganhar algum peso aqui e ali, mas desta vez com a certeza de que já não estava a entupir o meu corpo de porcarias. Ele está maior sim, mas nunca ninguém disse que o nosso corpo tem de ficar igual durante a nossa vida toda e muito menos comprarável ao que as revistas nos querem fazer convencer. Ninguém consegue competir com o photoshop, certo?...

Há dois meses resolvi abraçar a corrente de body positiveness. E tenho aprendido tanto...

Aprendi finalmente que posso amar o meu corpo independentemente do tamanho dele.
Aprendi que não preciso de estar em guerra com o meu corpo para me "obrigar" a cuidar dele.
Aprendi que ninguém perde um minuto do seu tempo a julgar-me, as pessoas têm os seus próprios problemas.
Aprendi que os meus braços rechonchudos dão os melhores abracinhos do mundo, as minhas coxas fartas levam-me a dar passeios maravilhosos, os meus seios flácidos alimentaram a minha pequenina durante um ano inteirinho e a minha barriga com estrias foi o ninho dela durante 9 meses.
Aprendi que não há nenhuma alegria do outro lado da perda de peso que não possa sentir já a partir deste preciso momento.
Aprendi literalmente a passear na rua de cabeça mais erguida e de sorriso no rosto porque me sinto melhor comigo própria, não me sinto tão acanhada e insegura e isso vale por tudo!!

Portanto esta história foi um reviravolta de 360º. Voltei ao cultivo do self-love inicial, mas com a autoconsciência de tudo o que aprendi ao longo dos anos. Passei por muito, mas no fim considero um balanço bem positivo.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Um mar de gente!


Quando o Rock in Rio anunciou a Demi Lovato no cartaz os olhinhos da filhota até brilharam! Foi uma das primeiras cantoras de quem ela gostou e os bilhetes foram o seu presente de Natal.

Eramos 90 mil ontem no Rock in Rio!

O que eu tenho a dizer é que um festival destes é mesmo muito cansativo e o amor à camisola tem mesmo de ser imenso. A viagem, o calor, a espera, o sol abrasador, as dores nos pés... quem vamos ver tem mesmo de valer o sacrifício.

Não desgostei do Agir que conheço vagamente de ouvir na rádio. Tem boa presença em palco e cativa o público.

Não gostei mesmo nada da Anitta. Não faz o meu género de música e o show tinha bailarinos e adereços a mais, assim como uma coreografia bem sexual como que a desviar as atenções da voz dela. Nota bem positiva para duas bailarinas plus-size a quebrar preconceitos. Fora isso, detestei!


A Demi Lovato está uma crescida e tem um vozeirão de cair da cadeira. Adorei o espetáculo que ela deu, conhecia imensas músicas novas e antigas, fartei-me de dançar e gritar! No final, pela primeira vez ela cantou uma música muito íntima, a Sober, onde assumiu que já não está sóbria novamente, como se fosse um grito de ajuda. É preciso ter uma grandessíssima coragem para fazer isto perante o mundo! Ganhou uma fã.


O espetáculo acabou com o Bruno Mars. Confesso que não sou propriamente fã dele. Conheço as músicas como toda a gente, o moço é sempre um grande fenómeno em tudo o que lança  mas estava com curiosidade de o ver ao vivo. E confirmo: não desaponta! Além de cantar que se desunha, faz um espetáculo gigante com recurso praticamente só às luzes e fogo de artifício em palco. A interação com o público é genial e as poucas palavras que fez questão em dizer em português, já se sabe, levam o público ao rubro. Não seria um artista que eu fosse de propósito ver, mas adorei vê-lo!

Contas feitas, foram 20 horas muito puxadinhas de laréu. Muito calor, muito cansaço, pouca comida, pouca bebida, muita alegria e um coração bem cheio ao ver as lágrimas de felicidade da Bia.



sábado, 16 de junho de 2018

Here we go again...


Vai ser o melhor presente de aniversário de sempre! E para acabar o ano em beleza.

Eu e a princesa vamos as duas sozinhas para Madrid assistir ao concerto dos 5 Seconds of Summer com direito a bilhete vip.

Olha eu, sozinha em Madrid com a minha filha... sem outro adulto... e principalmente sem me stressar minimamente.

Não tenho a mínima dúvida que há um mês atrás isso nem sequer me passaria pela cabeça. Eu simplesmente não me sentiria capaz de me aventurar sozinha numa viagem assim.

Estou eternamente grata à tal força do universo que colocou a Allie no meu caminho. Tem sido um autêntico descascar de camadas. Descubro coisas sobre mim que estavam com raízes tão profundas e que não me estavam a fazer bem nenhum...

A atitude é tudo, principalmente a atitude com que nos tratamos a nós próprios ❤️

segunda-feira, 11 de junho de 2018

É tão isto


Fui ver no sábado com a minha filha e adorei!! É mesmo verdade que a atitude é tudo!

A parte em que a Renée olha para as fotos que ela acha que são um antes e depois bem visível fisicamente, mas que na realidade a única coisa em que diferem é o nível de autoconfiança dela, deixou-me com um grandessíssimo nó na garganta.

No final perguntei à Bia o que tinha achado do filme e ela só disse: É muito tu! E é que é mesmo... a luta interior para me conseguir ver da maneira que ela e o pai me veem é imensa.

Já aqui disse que estou num caminho um pouco diferente, um caminho de self-love e body-positivity. Está a ser a minha realidade de momento, mas é uma coisa que, pelo menos para já, não me apetece muito estar a desenvolver por aqui.

Vou continuar por aqui, provavelmente menos... sempre que me apetecer, para falar sobre tudo e sobre nada.

domingo, 3 de junho de 2018

Muito interessante


Os 10 princípios da alimentação intuitiva:

Os 10 princípios da alimentação intuitiva visam a prática do comer intuitivo. Quando eles são seguidos, é possível ter uma relação tranquila e normal com os alimentos, sem precisar viver em guerra contra a comida.

Alguns destes princípios procuram ajudar-nos a sentir e a responder às sensações físicas, como a fome e a saciedade. Outros princípios ajudam a remover os obstáculos que atrapalham a nossa sintonia com o corpo, sendo o seu principal objetivo uma relação saudável com a comida.
  
1. Rejeitar a mentalidade de dieta
A alimentação intuitiva propõe uma mudança de olhar para a comida, bem como sentimentos e atitudes. Procura-se evitar a rigidez alimentar, as regras impostas por outras pessoas, a privação, o medo, a culpa, a vergonha e o sentimento de controlo, existentes na mentalidade de dietas.
Em vez disso, o comer intuitivo procura que a alimentação seja harmoniosa, flexível, e prazerosa. Deve-se respeitar os sinais internos do corpo, ter confiança, satisfação, nutrição e liberdade ao comer. Portanto, a proposta não é fazer dieta e sim fazer as pazes com a comida.
Alimentação intuitiva não tem nada a ver com dietas. Dietas desregulam nosso corpo quando as sensações de fome, saciedade e causam ganho e reganho de peso. Além disso, dietas aumentam as hipóteses de cometer exageros e de sofrer com compulsões alimentares.

2. Honrar a fome
Aprender a honrar o sinal biológico da fome significa comer quando se tem fome.
Não é adequado sentir-se com fome e ignorar esse sinal só para emagrecer. É claro que existem momentos em que temos fome, mas por algum motivo não podemos comer naquele horário. Neste caso, o importante é não ficar faminto. Sempre que estamos com muita fome, é difícil entender os sinais de saciedade e é fácil comer sem controlo ou atacar o frigorífico.
Quando honramos a nossa fome, temos energia para realizar as nossas tarefas do dia a dia. Pessoas que passam a dar atenção a sua fome, tendem a retornar ao peso corporal habitual e a manter o peso. Isso ocorre porque quando passamos a ouvir o nosso corpo e nossa fome, paramos de comer em excesso!

3. Fazer as pazes com a comida
Esse princípio está centrado num dos pilares centrais da alimentação intuitiva, a permissão incondicional para comer. Antes que digas: “Ah então posso comer o que quiser, até ficar a abarrotar?”. Claro que não é isso. O sentido não é comer em quantidade e sim não ter restrições a alimentos que gostas de comer.
Quando se faz dieta é comum comer uma barrinha de cereais (ou outro alimento) ao lanche da tarde, por exemplo, mesmo sem gostar tanto. Simplesmente se segue uma “regra” determinada por outra pessoa, ignorando a possibilidade de comer algo que seja gostoso e ao mesmo tempo nutritivo, matando a fome e a vontade comer ao mesmo tempo.
Por isso, aqui neste princípio, a ideia é se permitir comer sem regras.
Para que se possa fazer as pazes com a comida é preciso não dar valor diferente aos alimentos. Assim, não é apropriado classificar os alimentos em “bons ou maus”, “mais ou menos saudável”, “que devem ser consumidos ou que não devem”.
Todos os alimentos precisam ter o mesmo peso na balança, para que tenhas a liberdade de escolher cada um no seu momento apropriado, conforme sua preferência e necessidade.
Nada é proibido quando existe flexibilidade e equilíbrio na alimentação.
4. Desafiar o polícia alimentar
Algumas pessoas possuem um “polícia” dentro da cabeça: aquela “vozinha”, que avalia se as “regras” determinadas pela mentalidade de dieta estão ou não sendo cumpridas. Por exemplo, a voz diz que não pode comer doces, pois são muito calóricos. Neste caso, quando a pessoa come o doce, ela se sente culpada por ter infringido as “regras”.
Além desse “polícia interno”, existe também o “polícia externo”, que são os amigos, familiares e alguns profissionais da saúde que atuam como juízes para garantir o cumprimento das “regras alimentares”. Quando alguém diz, por exemplo: “Vais comer esse bolo? Pensei que estavas a tentar emagrecer”. Esse tipo de comentário não ajuda e ainda é prejudicial!
Esse princípio da alimentação intuitiva diz que os “polícias alimentares”, tanto o interno como o externo, precisam de ser desafiados.
Para começar, é preciso identificar as diferentes vozes que atrapalham o processo de comer normalmente e em paz. Existe a voz do “informante nutricional”, aquele que calcula mentalmente as calorias, gramas de gorduras, carboidratos, etc. Tem também a voz do “revoltado”, aquele que manda comer em excesso e sabota a dieta.
Depois de identificá-las é preciso transformá-las em suas aliadas. A voz do informante nutricional pode ser utilizada para ajudar a fazer escolhas alimentares saudáveis. A voz do revoltado pode servir para transformar os excessos alimentares numa alimentação equilibrada.

5. Sentir a saciedade
É necessário aprender a escutar os sinais internos do corpo que indicam que a fome já foi atendida e entender o que é estar confortavelmente saciado. Só é possível perceber esses sinais quando se come de maneira incondicional e quando a fome é honrada (evita-se comer de forma exagerada ou insuficiente).
Muitas pessoas têm dificuldade em perceber a saciedade e não sabem quando parar de comer. Só param quando já estão cheias.
Por isso, é importante comer com atenção, sem distrações, fazer pausas e fazer autoquestionamentos durante as refeições sobre quão saciado estás. É preciso prestar atenção na sensação do estômago vazio até a sensação de estômago levemente cheio.
Isso fica mais fácil quando se pratica os outros princípios, pois terás sempre  em mente que poderás comer novamente quando estiveres com fome e algo que gostes. Afinal, porque é que uma pessoa faminta pararia de comer se pensa que nunca mais poderá comer daquela comida deliciosa?
Também deves saber que é permitido deixar comida no prato quando a comida não está prazerosa ou quando já estás saciado. Portanto é preciso saber parar de comer o pacote de bolacha, ou a pizza que está à tua frente. Mas para aprender a sentir a saciedade é preciso treino. Ninguém aprende de um dia para o outro
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6. Descobrir o fator satisfação
Neste princípio, dois fatos são levados em consideração:
1) existem alimentos que nos deixam satisfeitos por mais tempo, ou seja, demoramos mais a sentir fome e a pensar em comida;
2) a comida também nos traz satisfação, ou seja, é preciso aprender a comer com prazer, não apenas comer para suprir a fome e as necessidades nutricionais.
Descobrir e desfrutar da satisfação ao comer ajuda a não comer em excesso, a comer menos. Por isso é importante saber o que realmente se quer comer, saborear a comida prestando atenção nas sensações que ela desperta (sabor, textura, aroma, temperatura e aparência). Assim, ficará mais fácil perceber-se pleno, feliz ou cheio.
É claro que existem situações em que não é possível ter uma satisfação plena, como quando vamos a um lugar onde é servido algo que não nos agrada, mas comemos por falta de opção ou por respeito com quem preparou. Além disso, há a situação em que temos fome, mas o que temos disponível para comer não nos desperta vontade. Apesar dessas ocasiões, no dia a dia é fundamental que o fator satisfação seja incluído nas nossas refeições, por meio de escolhas alimentares que honre nossa fome e nos traga também saciedade.

7. Lidar com as emoções sem usar comida

Existe uma relação complexa entre comida, emoções e comportamento. As nossas emoções influenciam a forma como comemos. É normal comermos de forma diferente quando estamos felizes ou muito tristes. Algumas pessoas comem menos e outras comem de maneira exagerada, nesses momentos. O problema é quando há um desequilíbrio e, ao não saber lidar com as emoções, a comida é usada para “tapar buracos” emocionais.
Isso é chamado de fome emocional. Ela ocorre nestas situações, quando não se tem fome fisiológica, e se come alimentos para reduzir emoções como medo e ansiedade. Quando isso ocorre as pessoas ficam propensas a exagerarem porque não há fome ou apetite de verdade.
É necessário aprender uma maneira de se confortar, se distrair e resolver as emoções sem usar a comida. É preciso parar e dar atenção aos seus sentimentos, se questionar sobre o que realmente é preciso para aliviar o que está se sentindo no momento. Pode ser que um abraço, carinho, companhia ou afeto já sejam suficientes. Portanto, se perceber que estás a usar a comida apenas para distração ou conforto, procura outra forma de te satisfazeres. Alguns exemplos: tomar um banho, ouvir música, fazer aula de ioga, meditar, comprar flores, ligar para alguém, ir ao cinema, etc.

8. Respeitar o teu corpo
Respeitar o corpo é algo que começa com a aceitação genética, ou seja, abandonar a ideia de que o corpo é algo moldável. Cada um tem sua forma e características próprias.
Que tal apreciar e evidenciar as partes do corpo que gostas, em vez das que não gostas? Cada um tem um tipo corporal que precisa ser aceite, buscando sempre um peso equilibrado. Quando se é muito crítico com relação a forma e tamanho do corpo, é muito difícil rejeitar a mentalidade de dieta também.
É preciso exercitar o respeito ao corpo:
1.       É preciso cuidar do corpo, independente do peso;
2.       Não te compares aos outros;
3.       Sê a tua própria referência de corpo;
4.       Não coloques metas de mudança de peso e do corpo para te preparares para um grande evento;
5.       Não te peses constantemente;
6.       Não faças comentários depreciativos sobre o teu corpo, e sim comentários agradáveis.
Ter uma imagem corporal positiva aumenta a satisfação com a própria aparência, gera menos stress sobre a imagem, melhora a autoestima, otimismo e ajuda a lidar com a vida com maior aceitação.

9. Exercitar-se sentindo a diferença
No comer intuitivo o objetivo de exercitar-se é promover o bem-estar e saúde, e não a queima de calorias.
Ao exercitares-te deves sentir a forma como o teu corpo se movimenta e as sensações geradas pelo exercício. Se te focares no quão cheio de energia e feliz te sentes após o exercício, fazer exercícios será algo mais prazeroso e motivador.
Não é saudável usar o exercício com uma punição ou obrigação ou como compensação por ter comido demais, por exemplo.
Pensar no exercício apenas como forma de emagrecer acaba dificultando sua realização. Porém, quando a motivação passa a ser as sensações de bem-estar geradas, o exercício se torna recompensador e agradável.
Fazer atividade física sempre deve ser uma prioridade, mas é importante escolher atividades de que gostes.

10. Honrar a saúde – nutrição gentil
Lembra-te: não precisas de uma dieta perfeita para ser saudável! Ninguém desenvolve uma deficiência nutricional ou ganha peso por ter comido um determinado alimento ou refeição. O importante é termos um padrão alimentar saudável, ou seja, comer alimentos in natura na maior parte do dia, evitando alimentos ultra processados.
A nutrição e os seus conceitos não são deixados de lado na alimentação intuitiva. No entanto, as escolhas são feitas considerando a saúde, paladar, bem-estar, o emocional e social das pessoas.
A comida tem um importante papel na nossa vida e quando ela gera preocupação e stress, isso pode interferir na nossa saúde. A obsessão por alimentos “saudáveis” pode gerar desequilíbrios nos sistemas do corpo, como o imunológico e cardiovascular.
Portanto, é preciso ser flexível, pois é possível honrar o prazer dos sabores dos diferentes alimentos e a saúde ao mesmo tempo.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Do egoísmo...


No início do ano esta imagem falou-me ao coração. Não sabia muito bem como o fazer, mas ó pá, era mesmo isto...

Depois esta miúda apareceu-me por acaso numa publicação do facebook como se o Universo me estivesse a guiar para o caminho certo.

E começou tudo a fazer mais sentido.

Sinto que preciso de ser "egoísta", não no sentido depreciativo da palavra, mas mais como uma necessidade básica, de me colocar a mim também na minha lista de prioridades.

Preciso de um bocadinho para ser EU só para mim. Porque me sinto cansada.

Estou cansada fisicamente, as últimas férias foram há três eternidades atrás. Estou cansada das responsabilidades de mãe, de esposa, de dona de casa, de filha, de funcionária administrativa. Não me interpretem mal, eu adoro ser mãe, e esposa, e dona de casa, e filha, e (por vezes) funcionária administrativa.

Mas estou cansada de que todas essas responsabilidades venham sempre antes da minha necessidade de ser mulher que precisa de um tempo sozinha.

E quando finalmente paro para respirar, quando finalmente me permito tirar esse tempo para mim, longe de todos, sinto-me egoísta mas no sentido depreciativo da palavra.

Estou muito empolgada quanto a esta nova caminhada, mas estou ainda mais assustada. Sei que é um processo que me vai mudar mas também me vai fazer sair da minha zona de conforto e isso é assustador.

O primeiro passo é mesmo arranjar um lugar e um tempo onde sou só eu e o meu livro com a cabeça livre de responsabilidades.

Sem o "tenho de ir ao supermercado, tenho de fazer as camas, tenho de fazer o jantar, tenho de ver esta série, tenho de tratar da roupa, tenho de ajudar a miúda neste trabalho, tenho de ir fazer uma caminhada, tenho de tratar deste transporte, tenho de planear esta viagem..." Tantos "tenhos de" que vêm antes do "tenho de estar sozinha comigo mesma"