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sábado, 9 de maio de 2015

!! Vitória !!


A minha relação com a comida sempre foi complicada.

Houve uma altura em que eu simplesmente não ligava nenhuma. Comia absolutamente tudo o que me apetecia, quando me apetecia sem me importar se me fazia mal. Um pacote de bolachas ou de batatas fritas era para comer até ao fim... eu não conhecia o conceito de comer só duas bolachas.

Ninguém me impedia e eu não me importava com o que os outros pensavam. Sabia que a imagem no espelho estava a crescer, mas eu não queria saber. Era feliz assim!

Depois a minha filha nasceu e eu sabia que aquele ser minúsculo dependente de mim iria olhar-me como o centro do seu mundo e eu queria dar-lhe um bom exemplo... eu queria vê-la crescer... queria que ela tivesse bons hábitos desde pequenina para que nunca sofresse com o estigma dos gordinhos.

E passei a ter consciência de mim, do meu corpo, do meu peso, da enormidade de asneiras que eu fazia a nível alimentar. Passei ser infeliz com a minha imagem.

E assim começou a minha reeducação alimentar há 12 anos atrás. Foi uma grande luta. É uma grande luta!!

Quando eu olho para as minhas fotos dessa altura fico triste porque não me reconheço. Nunca vi no espelho a pessoa que vejo agora nas fotos. Não me lembro dela. Não me quero lembrar dela.

Depois da fase do tudo, veio a fase do nada. Passei da compulsão à restrição e apesar disso me ajudar a controlar o peso e a recuperar alguma auto-estima, estava a fazer-me mal à cabeça, passei a estar obcecada pela alimentação saudável. E a obsessão, seja ela de que tipo for, nunca é uma coisa boa.

Consegui dar a volta a isto sempre apoiada pelo hubby e pela filhota. Hoje já consigo achar um meio termo, mas para isso sempre fiz questão de manter a minha alimentação num ambiente controlado e por isso raramente como fora de casa.

Se de início levava marmita para o trabalho por razões económicas, depois passou a ser por medo; tinha um medo terrível de não me conseguir controlar e voltar a entrar no ciclo da compulsão. Aliado ao facto de eu ser uma pessoa fechada e raramente deixar alguém entrar no meu mundo, durante muito tempo aproveitei a minha hora do almoço de forma solitária encarando-a como o meu tempo. Até que me enchi.

Nestas últimas semanas tenho vindo a reavivar uma amizade antiga que esteve adormecida durante alguns anos e isso fez-me bem. Resolvi dar mais um passo e decidi que estava na altura de tentar finalmente ser normal.

Nesta semana que passou deixei o meu medo de lado e passei a ir almoçar fora com os meus colegas de trabalho. Sempre evitei isso primeiro porque achei que não me ia sentir bem com eles (só homens) e depois porque sempre achei que não iria conseguir controlar o que me apetecia comer.

Estava completamente enganada! A companhia é ótima e afinal, num ambiente não controlado EU já me consigo controlar! E isso é uma sensação boa de vitória. A vitória da minha mente que já foi tão valentemente trabalhada para estar onde está hoje.

E por isso estou feliz! Se é uma coisa pequena, insignificante? É sim, mas o que significa para mim é imenso!

5 comentários:

  1. Parabéns!!! A sério, muitos parabéns pela força de vontade. Sei bem o que custa e quão dificil é :D

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  2. Não é nada insignificante! É uma vitória sim! E com muito mérito!
    Bjs

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  3. é preciso força de vontade para resistir a uma boa sobremesa, um bom prato cheio...
    Força boa continuação.

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  4. Como te entendo :(
    O importante é que agora estás a mudar....para melhor!
    Bjs

    PS - Convido-te a visitar o meu blog. Obrigada!

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