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terça-feira, 23 de agosto de 2016

Desta coisa de ter filhos adolescentes

Há cerca de 2 anos a minha filha começou a falar com uma miúda que conheceu num grupo no facebook e daí nasceu uma linda amizade virtual.

A Bia fala-me dela como de uma qualquer amiga real com a grande vantagem que partilham os mesmos gostos e com a grande desvantagem de viver a 300km de nós, o que torna impossível o abraço físico.

Claro que a minha reação inicial a esta amizade virtual foi ficar de pé atrás. Afinal, por detrás de um écrã qualquer um pode ser o que quiser, mas com o tempo, passei a encarar a Carlota como uma qualquer outra amiga que a minha tem na vida real.

A miúda segue-me no fb e no twitter (por iniciativa dela, não sou daquelas mães cola) e chega a comover-me a amizade que têm uma pela outra.

Mais do que ninguém, eu compreendo plenamente a amizade virtual. Foi neste mundo que eu me apoiei numa fase em que me senti incompreendida na vida real. É aqui que eu consigo ser 100% transparente sem medo de juízos de valor.

Este fim de semana, ao voltar ao Porto, é minha vontade fazer o desvio necessário para realizar o sonho destas duas adolescentes: o abraço real há muito desejado.

A Carlota ainda não sabe se a mãe autoriza o encontro e isso deixa-me triste. Sim, eu compreendo que a mãe dela possa ter os mesmos receios quanto às amizades virtuais da filha, mas se ela, como eu, soubesse o quanto uma significa para a outra, acho que não hesitava.
Especialmente numa época como a de hoje, com tantos perigos escondidos por detrás do écrã de um simples telemóvel, acho muito mais importante acompanharmos os miúdos de perto (sem passar a barreira da privacidade) do que proibir tudo e mais alguma coisa. A confiança é a base de um bom entendimento.

Entristece-me saber que há pais que não estão a par das vidas dos filhos.

Eu nào quero ser a mãe-galinha-chata-cola-que não deixa respirar, mas quero continuar a ser o porto seguro da minha filha.

Gosto que ela partilhe comigo os detalhes da sua vida, os gostos, as preocupações, as alegrias e as desilusões.

Bem sei como isso me faltou a mim e como me marcou, mas isso já é assunto para um outro post.

2 comentários:

  1. Espero que consigas concretizar esse encontro! :)

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  2. Engraçado... uma das minhas melhores amigas agora, começou virtualmente, quando ainda tinhamos 13 anos. A primeira vez que nos abraçamos também foi preocupante para os nossos pais. Mas depois do primeiro abraço, surgiram mais mil! Já tivemos 300km a separar-nos, agora são um bocadinho menos.. Mas a certeza melhor das amizades "virtuais" é que não importa a distância: elas estão sempre lá!

    Fico feliz por saber que correu tudo bem! E espero que seja uma amizade tão promissora quando foi a minha primeira amizade virtual (e já passaram 10 anos!!!).

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